Confira quais são os mitos e as verdades sobre a adoção

No Dia Nacional da Adoção, trouxemos para a nossa pauta de reflexão, o quanto realizar sonhos e correr atrás de seu objetivo de ser pai ou mãe, criar ou mesmo aumentar a família, pode ser um motivador com impacto positivo no seu bem-estar e na sua saúde mental.

A adoção busca preencher os vazios de cada lado ao amparar o adotado, e ao mesmo tempo, suprir a carência dos pais com dificuldades para conceber naturalmente ou que apenas desejam ter mais filhos, sem que seja necessário engravidar.

Boa parte do mito que se cria em torno da adoção como algo delicado e difícil, vem por meio dos veículos de comunicação que dão mais foco nos casos que não deram certo ou que acabaram em tragédia. Acontecimentos dessa natureza ocorrem em qualquer família e em maior número nas biológicas, ainda mais quando envolve disputas de guarda de filhos ou herança, por exemplo.

Problemas entre pais, filhos e irmãos sempre existiram e vão continuar acontecendo. E isso não tem nada a ver com a questão da falta de consanguinidade. Afinal, laço de sangue não é pré-requisito para relacionamentos saudáveis e harmônicos.

Motivação da adoção

Um ponto relevante a ser abordado quando se fala nesse tema é a motivação que levou os pais a optar pela adoção.

Essa questão tem uma relação direta com a forma como os pais irão construir a sua relação parental. Se há uma vontade genuína, a chance de êxito aumenta substancialmente e a adoção é vista com tranquilidade, sem haver espaço para que o filho se sinta preterido com relação aos irmãos, caso existam.

É preciso desconstruir alguns preconceitos em torno do filho adotivo e tirar esse estigma de ‘coitado’. Um erro fundamental, às vezes, está na forma como o pai e a mãe veem o filho adotado. Por isso, os pais não podem nunca tratar o filho como “coitadinho”, pois podem criar um problema de autoestima para a vida toda.

Quando a motivação não surge de um sentimento maior, paternal e/ou maternal, mas fruto da tentativa de manter uma relação desgastada, adotar uma criança com alta expectativa de ser acolhida em um lar, além de nos depararmos com o alto risco da falta de empatia, as chances de ter mais problemas serão maiores.

Preparação é fundamental

Ao contrário do que se pensa, é necessário haver uma preparação de toda a família para receber uma criança adotiva, sendo importante criar condições emocionais e psicológicas adequadas para todos os envolvidos, buscando ajuda de profissionais se julgar necessário.

Um dos pontos a destacar é que ainda podemos ter, mesmo nos tempos atuais, a questão do preconceito que podem vir dos amigos, vizinhos e por vezes de parentes.

Outro ponto é a grande expectativa gerada em torno do bebê ou da criança, dando margem a fantasias na relação familiar. É importante ter em mente que não há filhos, pais e famílias perfeitas. Dessa forma, fica mais fácil administrar os conflitos e problemas que porventura apareçam.

Menos julgamento e mais amor

O ser humano ainda tem a tendência de se apegar a coisas de menor importância e colocar lente de aumento nas questões negativas. Em relação a adoção, infelizmente não é diferente. Apesar da maioria das experiências serem exitosas, os casos divulgados são aqueles que resultaram em algo negativo, o que colabora para perpetuar uma imagem equivocada de que ‘quase sempre’ a adoção não dá certo.

É preciso combater qualquer tipo de preconceito e repensar o que queremos como sociedade. A pressão social é um problema e às vezes cobra, de uma maneira cruel, algumas posturas que marcam e estigmatizam pessoas. E isso já traça um preconceito. Então cabe a nós rever o que o cultural estabeleceu como normal e reavaliar nossos conceitos, dispensando o que não serve e não cabe mais.

Então, deixemos de lado essa necessidade quase compulsiva de achar que cada coisa e situação precisa ser rotulada.

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