Sabemos que investir em diversidade e inclusão no empreendimento nem sempre é uma tarefa tão simples, pois mudanças culturais exigem esforço, disposição, e não acontecem de uma hora para outra. No entanto, com diálogo, estudo e estratégia, são totalmente possíveis.
Quando se trata de pautar o racismo dentro da organização, mesmo em pequenos negócios, precisamos ter em mente que isso envolve expor vulnerabilidades e se comprometer com uma mudança. Sim, uma mudança! Pois as consequências do racismo estrutural no Brasil afetam também as relações trabalhistas.
Trata-se de uma característica histórica do nosso país, a qual tem suas raízes no período da escravidão. Essa estrutura de opressão não acontece, apenas na prática de ofensas, uma vez que a face comportamental é, na verdade, a ponta do iceberg. O racismo no trabalho (e em outras esferas da sociedade) opera no inconsciente, e repercute nas mais diversas questões, como a apreensão estética e a sub-representatividade.
Em outras palavras, o racismo estrutural segrega negros no mercado de trabalho. Isso fica mais evidente através de números: em 2019, o salário médio de trabalhadores negros era 45% menor do que o dos brancos. Os negros também ocupam menos cargos de diretoria, lideram a taxa de desemprego e são, consequentemente, os que mais recorrem à informalidade.
Depois de todas essas informações que expressam essa desigualdade, é impossível não pensar no porquê de falarmos tão pouco sobre o assunto. Por que não debatemos os motivos pelos quais as pessoas negras ocupam postos precários e de menor renda no mercado de trabalho? Por que o desemprego atinge mais essa parcela da sociedade?
A resposta para muitas dessas perguntas está na história e na raiz do racismo no Brasil. Porém, é igualmente importante questionar: o que podemos fazer para enfrentar isso? A resposta é bem simples: seja antirracista e seja uma empresa antirracista. E para isso, separamos algumas sugestões:
Convidar todos a refletir sobre o racismo estrutural
Uma sugestão é convidar amigos, familiares, gestores, líderes e colaboradores a refletirem sobre suas falas, posicionamentos e atitudes sobre o racismo estrutural. Além disso, a empresa precisa deixar claro em seus valores institucionais que não tolera o racismo.
Promover debates internos com o intuito de conscientizar e educar os profissionais é outra opção interessante. Assim, cada um entenderá o quanto contribui, de forma consciente ou não, para a reprodução e normalização do racismo.
Aprimorar processos seletivos internos para criar mais oportunidades
Não se trata de “dar preferência” às pessoas negras, mas sim de reparação histórica. É preciso ter em mente que existe uma lacuna de riqueza entre famílias brancas e negras, ocasionada pela escravidão. Isso porque, mesmo depois de conquistarem a “liberdade”, pessoas negras nunca foram livres de fato (a segregação racial nos EUA e o apartheid na África do Sul, da década de 40, são exemplos disso).
Lembrando que essa lacuna vai além de valores monetários, estendendo-se ao acesso a moradia, a educação, a saúde e assim por diante.
Adotar posicionamentos e iniciativas efetivamente antirracistas
Mais do que debater, analisar e refletir, é necessário agir. Uma empresa de sorvete americana conhecida mundialmente, por exemplo, publicou um documento cobrando ações do governo que visem acabar com a injustiça contra pessoas negras.
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